O que é agregamento de caminhão?

O agregamento de caminhão é a prática na qual o proprietário de um ou mais veículos — autônomo ou pequeno empreendedor — se compromete a trabalhar de forma fixa para uma determinada transportadora ou empresa.

Para isso, as duas partes envolvidas assinam um contrato e, conforme as definições do acordo, o motorista passa a realizar fretes e entregas para a organização, sem ter, contudo, vínculo empregatício com ela.

O que as transportadoras e empresas exigem para agregar caminhão?

O que as transportadoras exigem para agregar caminhão?

Agregar caminhão em uma transportadora ou empresa estabilizada que tem uma ampla carteira de clientes e paga os fornecedores em dia é o sonho de muitos caminhoneiros autônomos.

Contudo, existe um motivo pelo qual essas organizações são boas: elas só contratam os melhores. Os seus gestores sabem que, para prestar um serviço de qualidade e atender bem aos clientes, é preciso contar com bons veículos e motoristas.

Portanto, avalie se está qualificado para agregar caminhão nessas empresas antes de tentar contato. Isso evita que você “queime cartuchos”, ou seja, esteja melhor preparado antes de dar o “tiro certeiro”.

Mas o que costuma ser exigido pelas transportadoras para agregar caminhões? É sobre isso que trataremos agora.

Documentação em ordem

Sempre que for tentar agregar caminhão em uma empresa, é fundamental ter em mãos documentos atualizados, como:

  • Registro Geral (RG);
  • Cadastro de Pessoa Física (CPF);
  • Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
  • Comprovante de residência (conta de água, luz ou telefone em seu nome);
  • Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) da ANTT;
  • Conta bancária para o depósito dos fretes.

Essa é a documentação a ser apresentada se você for o proprietário do veículo. No entanto, caso tenha uma empresa, será preciso fornecer, ainda, uma cópia do contrato social, comprovante de endereço e conta bancária do negócio. Por fim, se tiver empregados, será necessário apresentar as informações do motorista que guiará o caminhão.

Veículos com menos de 10 anos:

Como já mencionamos, as transportadoras buscam os melhores motoristas com os melhores caminhões e, nesse quesito, a idade do veículo conta muito. Ocorre que eles exigem menos manutenção, o que ajuda na pontualidade da entrega, além de diminuir os riscos de acidente.

Faz sentido, não é mesmo? Se você tivesse uma transportadora e estivesse buscando motoristas para agregar caminhão, contrataria o veículo mais novo ou mais velho?

Nesse contexto, pode ser que você acredite que o mais importante é a experiência do motorista e a responsabilidade pela carga. Infelizmente, na prática, nem sempre esses fatores são os mais valorizados. Por isso, se tem um caminhão mais velho, considere comprar um mais novo e tentar fazer o agregamento. 

É claro que não é um objetivo fácil de se alcançar, mas se você tiver uma meta bem definida, assim como um prazo para cumpri-la, certamente, um dia conseguirá atingir. 

Vemos caminhoneiros com veículos de vinte, trinta e até quarenta anos sem se preocupar em trocá-lo por outro mais novo. Assim, uma meta com foco no resultado pode fazer toda a diferença.

Motoristas com idade entre 25 e 45 anos:

As transportadoras também costumam ser seletivas no que diz respeito à idade do motorista ao agregar caminhão. Se, por um lado, quem tem menos de 25 anos não consegue agregar por ser considerado novo demais, por outro, aqueles com mais de 45 anos já são considerados “velhos” e, por isso, menos produtivos.

É verdade que esse é um assunto delicado, mas se refletirmos, é um equívoco pensar que alguém com 60 anos não possa desempenhar a função de motorista tão bem quanto um jovem. 

Muitas vezes, o que acontece é que os motoristas mais velhos têm mais dificuldade com as novas tecnologias, como rastreadores e tacógrafos. Por isso, se você está nessa situação e quer agregar caminhão, procure estudar, atualizar-se e ampliar os seus conhecimentos para, assim, conseguir se diferenciar dos demais.

Agora, se você não tem nem dois anos de experiência comprovada, talvez ainda não seja a hora de agregar caminhão nas melhores empresas, pois é provável que seja rejeitado. Sendo assim, comece por uma transportadora menor, por um valor mais baixo para ganhar experiência comprovada e depois tentar agregar na empresa com a qual sonha.

Ter rastreador no veículo

A maioria das transportadoras exigirá um rastreador no seu caminhão, pois o equipamento é praticamente obrigatório para o seguro da carga. Entretanto, para agregar caminhão, algumas organizações fornecem o próprio equipamento, não apenas em função do seguro, mas também para monitorar o trabalho dos motoristas agregados.

Seguro do veículo

O seguro do veículo é algo muito importante para as transportadoras que desejam agregar caminhão, principalmente aquelas mais conceituadas no mercado. Isso porque, em caso de acidentes, essas empresas querem resolver o problema da forma mais rápida e prática. 

Algumas exigem apenas seguro contra terceiros, porém podem estipular uma exigência de que a cobertura do seguro seja de até R$ 100 mil. Outras dão o seguro do veículo, mas descontam do agregado.Além disso, se você trabalha com associações em vez de seguradoras, vale ficar atento, pois há empresas que não aceitam esse tipo de prática.

Aprovação das gerenciadoras de risco

As gerenciadoras de risco são um pesadelo para muitos motoristas. Todavia, infelizmente, devido ao alto número de roubos de cargas que acontecem no Brasil, a prática se faz necessária.

Entre os itens que são analisados em relação à vida do motorista que pretende agregar caminhão estão:

  • restrição em órgãos de crédito, como SERASA e SPC — apesar de proibida pela Lei nº 11.442, Art 13-A, essa prática é comum no mercado;
  • situação fiscal — para saber se você está devendo impostos ao governo;
  • inquéritos policiais — para entender se você já esteve fichado na polícia;
  • processos cíveis e criminais.

Se você não tem nenhuma restrição relacionada a esses itens, tente usar as gerenciadoras de risco a seu favor. Como? Bom, dê destaque a essas informações quando for aplicar a uma vaga para agregar caminhão. Aliás, é possível, inclusive, tomar a iniciativa de providenciar esses comprovantes e se antecipar, entregando a pesquisa para a empresa.

Veja alguns sites nos quais pode encontrar informações sobre a sua situação:

  • CPF: na Receita Federal, você pode pesquisar se seu CPF está regular ou não. Às vezes, um detalhe como esse pode impedir a sua aprovação — a consulta é gratuita;
  • Restrições cadastrais: para saber se tem algum protesto ou restrição financeira no seu CPF, você pode consultar este site aqui. A consulta custa R$ 20,00, mas vale a pena, dependendo do tipo de empresa na qual pretende agregar;

Antecedentes criminais: no site da Polícia Federal, você pode tirar uma certidão de antecedentes criminais para comprovar que não cometeu nenhum crime. Preencha o formulário e tire dúvidas sobre como preencher.

Cursos e certificações na área:

Tudo o que foi mencionado até aqui são requisitos considerados básicos, ou seja, o mínimo necessário para agregar caminhão em uma boa transportadora. Porém, para conseguir a vaga, é preciso também que você tenha passado por vários cursos para aprender a dirigir de forma econômica e segura.

Nesse sentido, os cursos para motoristas oferecem treinamento para que os profissionais estejam sempre atualizados e preparados para lidar com situações adversas, como problemas no veículo, avarias na carga, frenagens de emergência, desvios de obstáculos ou acidentes nas estradas.

Algumas áreas exigem certificações obrigatórias por lei, ou seja, sem o certificado, você não pode atuar. São elas:

  • Transporte de produtos perigosos (MOPP);
  • Transporte de cargas indivisíveis;
  • Transporte de emergência;
  • Transporte coletivo de passageiros;
  • Transporte escolar.

Já os demais segmentos não exigem certificação obrigatória, mas existe, ainda, as exigências das empresas que agregam caminhão. Nesse caso, há vários cursos disponíveis para ajudar na sua qualificação, como:

  • TAC: Transportador Autônomo de Cargas;
  • Direção defensiva: ensina a evitar acidentes;
  • Direção econômica: mostra a forma correta de operar o veículo;
  • Economia de pneus: importante, principalmente para aqueles que trabalham com veículos da empresa.

A melhor opção para aprender é no SEST/SENAT, pois, além de ser gratuito, ele oferece dezenas de opções de cursos, tanto presenciais quanto à distância. Outras boas opções de escolas disponíveis são:

  • FABET: a Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte é famosa por seus cursos na área;
  • CENTRONOR: Centro de Treinamento de Motoristas da Região Nordeste do Rio Grande do Sul;
  • ATC: a Associação dos Transportadores de Carga do Mato Grosso criou o programa Guia Volante, que visa treinar e qualificar motoristas;
  • CTQT: Centro de Treinamento e Qualificação no Transporte, criado pelo grupo G10 de Maringá-PR.