Companhias que atuam com o transporte de carga, assim como caminhoneiros autônomos, sabem que o custo do pedágio pode afetar na lucratividade do negócio. Mas nem todos enxergam a possibilidade de economizar com pedágio ou imaginam como isso é feito.
De fato, grande parte das rodovias brasileiras é administrada por concessionárias privadas. E a cobrança por essas companhias é justificada pela prestação de serviços de sinalização, iluminação, manutenção, limpeza entre outras atividades.
Logo, o pagamento do pedágio muitas vezes se torna inevitável. Mas se você quer saber como economizar nesse custo, acompanhe este artigo até o final!
É possível economizar em pedágio?
O valor da tarifa de pedágio está entre as principais reclamações de transportadores, caminhoneiros e outros profissionais que transitam nas estradas diariamente. O problema fica maior quando, a despeito da cobrança, o investimento em segurança e qualidade das estradas é baixo.
Assim, as condições das rodovias brasileiras ainda são uma grande dificuldade para que esses profissionais. Por conta disso, pode se tornar mais complicado exercer um trabalho eficiente e garantir a entrega rápida dos produtos, com custos menores.
Mas é possível reduzir os gastos com pedágio e diminuir seus impactos no seu faturamento — seja você uma transportadora ou caminhoneiro autônomo. Se você nunca ouviu falar a respeito das soluções, é o momento ideal para aprendê-las.
Desse modo, é possível verificar qual delas faz mais sentido para você e otimizar o planejamento das suas rotas. Em alguns casos, essa economia poderá ser determinante para a viabilidade e continuidade do seu negócio.
Como é feito o cálculo do pedágio para caminhões?
Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), existem mais de 100 paradas para pedágio no Brasil. Isso resulta em custos fixos referentes a cada quilômetro rodado, que são multiplicados pela distância em questão — variando de acordo com a estrada e o tipo de veículo.
O cálculo do pedágio costuma levar em consideração três variáveis. A primeira está relacionada às estradas paralelas com pistas duplas. A segunda diz respeito a estradas com pista dupla, com canteiros, barreiras físicas e visuais. A terceira refere-se às estradas simples, com apenas uma faixa.
Além disso, veículos com 2 eixos, como caminhão trator e caminhões leves, pagam tarifas multiplicadas por 2. Veículos com 3 eixos, a exemplo do tipo trator com semirreboques ou sem, tem o custo triplicado. A lógica também é aplicável para os que têm 4 eixos — caminhões com reboque e outros pagam 4 vezes o que é cobrado.
Logo, são os eixos do caminhão que determinam quanto deve ser pago no pedágio. Quanto maior for o número de eixos, maiores serão os gastos. É importante sinalizar ainda que o não pagamento configura infração de trânsito grave, gerando multa e perda de pontos na carteira do motorista.
Simplesmente desviar do pedágio não é a melhor solução. A situação pode piorar se você tentar utilizar de estradas vicinais para contornar. Afinal, há riscos de ter a carga roubada, danificar seu caminhão com buracos, com sinalização insuficiente ou com pistas perigosas.
Como economizar no pedágio?
Como podemos ver, o pedágio é um recurso necessário para conseguir transitar por algumas cidades do país. Contudo, há alternativas para reduzir os custos. Veja formas para economizar:
Pesquise a rota
A roteirização é uma das estratégias mais eficientes de diminuir os custos com pedágios. Inclusive, existem diversos softwares e aplicativos capazes de auxiliar você a encontrar a opção mais econômica para sua empresa ou viagem.
Como um bom gerenciamento de rotas você terá como saber onde está cada caminhão de sua frota, as estradas que podem ser percorridas e as que devem ser evitadas. Ademais, isso facilitará na organização dos valores e poderá ser usado para criar uma tabela de preços.
Dessa maneira, você otimiza o seu tempo e diminui as falhas humanas no momento de calcular um frete. Especialmente porque não será preciso realizar o mesmo cálculo toda a vez que for estabelecer o preço de um percurso.
Analise as possibilidades
Estudar com antecedência os valores cobrados em cada região costuma ser de grande valia para evitar trechos com mais pedágios. O Estado de São Paulo, por exemplo, possui os pedágios mais caros do Brasil — e analisar alternativas para evitar algumas de suas rodovias reduzirá seus gatos.
Também pode ser uma boa opção planejar a logística de sua empresa de modo que os caminhões não precisem transitar sem carga. Ás vezes, destacar uma data para fazer entregas reduz o número de viagens e, consequentemente, a quantia paga de pedágio.
Caso esteja sem carga, considere levantar os eixos do veículo. Isso porque a ANTT definiu medidas que concedem a isenção da cobrança de pedágio sobre caminhões com eixos suspensos, caso o veículo esteja vazio.
Inclua o valor no cálculo do frete
Embora a Lei nº 10.209/01 tenha instituído o vale-pedágio atribuindo ao embarcador a responsabilidade pelo pagamento do valor do pedágio — de modo a isentar a transportadora ou o caminhoneiro autônomo dessa tarifa — nem sempre ela é seguida.
Nesse sentido, se o embarcador estiver resistente ao pagamento do vale-pedágio, a alternativa é embutir o pedágio no custo do transporte. A prática pode parecer indevida, mas esse modo de operar não é ilegal, e evita que você ou sua transportadora tenha prejuízos.
Além disso, o não cumprimento da referida Lei acarreta multa mínima em torno de R$ 500 por viagem. Ou seja, a ilegalidade está no ato do embarcador não querer pagar o vale-pedágio e não em você exigir dele esse custo.
Faça parceria com plataformas de pagamento automático
Diversas empresas trabalham com tags de pedágio e cartões para pagamento automático de pedágios, mesmo em caminhões. Isso é bastante válido, seja para a transportadora ou para o motorista. Afinal, promove economia de tempo em filas nas praças de pedágio.
Como você viu, são mais de 100 paradas de pedágio no país. Se em cada uma delas o motorista tiver que aguardar em filas para seguir viagem, seu consumo de combustível aumentará. Ainda, serão maiores os custos com freios, embreagem, manutenção, etc.
Logo, o uso da tecnologia promove economia — e também favorece a gestão financeira da transportadora. Dessa maneira, será mais simples controlar os gastos com pedágio, acompanhar com precisão os reais custos das rotas, calcular o frete e evitar prejuízos.
Aliás, algumas dessas empresas oferecem descontos e benefícios para transportadoras que contratam cartões para mais de um veículo. Assim, vale a pena pesquisar as melhores plataformas e descontos para saber como economizar em pedágio.
Terceirize sua frota
Outra solução para a transportadora é a terceirização de sua frota. A vantagem dessa alternativa é conseguir atender a sazonalidade do mercado. Em algumas ocasiões, o movimento com transporte diminui. E com uma frota terceirizada sua empresa poderá adaptar as entregas no período.
Diante disso, grande parte dos seus custos tende a ser reduzida — principalmente com manutenção, segurança, ter veículos parados na garagem, entre outros. Com essa economia é possível destinar parte dos recursos para a otimização de outros setores da companhia.
Por exemplo, investir em tecnologia com a aquisição de softwares inteligentes para gestão pode revelar boas oportunidades de melhorias administrativas. Parte do capital também pode ser utilizada para investimentos de médio e longo prazo para atingir objetivos futuros.
Saiba calcular o frete corretamente
A última dica está relacionada ao fato de que os custos com pedágio são apenas um dentre os que devem ser avaliados no momento de calcular um frete. Outras despesas fixas e variáveis também precisam fazer parte do cálculo para que você possa administrar melhor suas finanças.
Entre os principais gastos fixos destacam-se:
- IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores);
- DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres) — seguro obrigatório;
- Desgaste do veículo;
- Salário do motorista;
- Seguro veicular;
- Tecnologia e automação (rastreamento, roteirização, entre outros).
Além deles, existem gastos variáveis que são definidos de acordo com o tempo de viagem, quilometragem percorrida, o número de entregas, tipo de carga, entre outros. Veja:
- combustível;
- pneus;
- lubrificantes;
- manutenção;
- seguro de carga;
- escolta armada (regiões perigosas).
Como você viu, alguns desses gastos podem ser evitados com a terceirização da frota. Se esse não for o seu caso, lembre-se de incluir todos os custos no momento de calcular um frete. Além de economizar com pedágio, sua margem de lucro é essencial para evitar prejuízos.
Também deve ser incluído no cálculo do frete questões como o tipo de transporte, valor da carga, suas características (perecíveis, explosivos, corrosivos, etc.), o peso e assim por diante. Se o local de entrega for de difícil acesso ainda poderá ser acrescentada uma taxa extra nesse sentido.
A margem de lucro da empresa ou de motoristas autônomos dependerá da forma que você utiliza para calcular o frete. Desse modo, qualquer falha no momento de realizar esse cálculo pode acarretar perdas financeiras e atrapalhar seu negócio — por isso, vale a pena manter atenção redobrada.
- Leia também: MEI caminhoneiro: o que é e como virar? Entenda como funciona, benefícios e por que se tornar
Conclusão
Viu como é possível economizar em pedágio? Seguir as dicas que foram passadas pode auxiliar você como caminhoneiro ou sua transportadora a ser mais lucrativo. Com a economia gerada, diversas melhorias podem ser implementadas de modo a aumentar seu desempenho e faturamento!
Quer ter acesso a uma planilha para calcular o frete de forma correta? Faça o download no site da Frete com Lucro!
Ficou com alguma dúvida?