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Importação e exportação: qual é a diferença e qual das atividades é melhor?

O comércio internacional, impulsionado pela globalização, apresentou um crescimento muito significativo nas últimas décadas. Nesse contexto, as atividades de importação e exportação passaram a ter uma relevância enorme para todos os países.

O motivo é simples: por envolver transações entre, pelo menos, duas nações, esse tipo de operação comercial pressupõe a entrada e saída de produtos ou mercadorias de um determinado lugar, assim como o transporte para outro, com localização além das fronteiras nacionais. 

Portanto, esses movimentos estão relacionados ao conceito de importação e exportação, que são áreas com muitas oportunidades de negócios atualmente. Mas qual seria exatamente a diferença entre as duas atividades e as suas vantagens e desvantagens? 

Neste artigo, responderemos essas perguntas e trataremos de outros pontos importantes sobre importação e exportação. Acompanhe!

Qual é a diferença entre importar e exportar?

Falando de uma forma mais simples, na importação, um país compra um bem ou produto para o uso interno. Na exportação, por sua vez, o país, através de empresas nacionais, comercializa o seu produto ou serviços ao mercado do exterior.

Ficou confuso? Calma. A seguir, vamos falar separadamente sobre os dois tipos de transporte internacional para que a diferença entre importação e exportação fique ainda mais clara. Confira!

O que é importação?

A globalização conectou os vários países do globo e, de certa forma, estabeleceu entre eles uma relação de interdependência. No contexto do modelo econômico em vigor, as nações obtêm vantagens ao comercializarem bens entre si. Assim, é mais comum que as empresas escolham pela produção de itens específicos, de acordo com as características nacionais, do que buscar a autossuficiência.

Na verdade, hoje, salvo raríssimas exceções, nenhum país é autossuficiente — por exemplo, os Estados Unidos, que teriam essa capacidade, são grandes comerciantes. Isso significa que a compra de produtos, bens ou serviços vindos do exterior é uma realidade inevitável para as mais diferentes nações, nos quatro cantos do planeta.

Essa atividade, caracterizada pela entrada de itens estrangeiros em um determinado país, denomina-se importação. O seu objetivo pode ser abastecer a população em termos de alimentação ou munir diferentes segmentos da indústria com matéria-prima, bens e serviços.

Fases do processo de importação

Por serem transações de compra e venda internacionais, importação e exportação são atividades bastante reguladas pela legislação, passando por diferentes etapas. No caso da importação, conforme o Guia de Comércio Exterior e Investimento (Invest & Export Brasil), temos três fases:

  1. Administrativa;
  2. Cambial;
  3. Fiscal.

1. Administrativa

Trata-se do primeiro passo, ou seja, da autorização para a importação. Ela é aplicada de acordo com a operação ou o tipo de mercadoria que será importado. Sendo assim, quando necessário, nesta etapa deve ser gerada a Licença para Importação.

2. Cambial

Em um segundo momento, passa-se ao pagamento da compra para o exportador. Em função dos diferentes sistemas monetários nacionais, para efetivar a transação, o comprador terá que realizar a operação de aquisição de moeda estrangeira, que deverá ser processada por uma entidade financeira autorizada pelo Branco Central a operar em câmbio.

3. Fiscal

Essa fase diz respeito ao tratamento aduaneiro, quando é realizado o despacho de importação para o desembaraço aduaneiro, etapa necessária para a liberação da mercadoria ao mercado interno. 

Nesse procedimento, são verificados os dados declarados referentes às mercadorias importadas pelo importador e a sua documentação, além do que está relacionado à legislação. Isso ocorre após a chegada do item no país importador.

O que é exportação?

Em oposição à importação, a exportação consiste na atividade de venda de produtos, bens e serviços de um determinado país para outro. Assim, ao passo que a importação é a entrada de itens internacionais, a exportação é definida pela saída de item ou serviço nacional com destino a outro país.

Assim, a exportação de produtos é tida para muitas empresas como uma grande oportunidade de crescimento, pois significa a expansão do negócio para o mercado externo.

Veja duas operações da exportação:

  1. Exportação direta;
  2. Exportação indireta.

1. Exportação direta

Trata-se da operação na qual o produto exportado é faturado pelo próprio produtor ao importador. Para tanto, a organização deve ter capacidade e conhecimento sobre todo o processo de exportação — desde a pesquisa de mercado, contato com o importador, documentação, acordos internacionais até embalagens, transporte e transações bancárias.

Na modalidade de exportação, há isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o produto exportado e também do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

Ainda, vale destacar que a participação de um agente comercial pela empresa (no caso, produtora e também exportadora) não descaracteriza a operação como exportação direta. 

2. Exportação indireta

É a operação de exportação realizada por meio de empresas estabelecidas no Brasil que compram produtos a fim de exportá-los. Nesse sentido, podem ser trading companies, empresas comerciais exclusivamente exportadoras, empresas comerciais que operam no mercado interno e externo ou consórcios de exportação, por exemplo.

Aqui, a corporação que produz a mercadoria não se envolve no processo de exportação, que fica sob responsabilidade integral da empresa que adquiriu o produto para vendê-lo no exterior. Logo, a modalidade é interessante, sobretudo, para organizações que não têm experiência em comércio exterior, como as pequenas e microempresas.

Quais são as vantagens e desvantagens da importação?

Quais são as desvantagens da exportação e importação? E as vantagens? Na imagem, embarcação fazendo importação.

Em termos de negócios, ambas as atividades — importação e exportação — apresentam pontos positivos e negativos. Começaremos tratando sobre as vantagens e desvantagens da importação

Vantagens da importação

Primeiramente, a importação é interessante para o importador, principalmente em termos de diminuição de tempo e redução de custos de produção e mão de obra. Essa vantagem aumenta ainda mais se a moeda do país do importador é mais valorizada do que a do exportador. Isso porque ele vai conseguir adquirir produtos, mercadorias ou serviços a baixo custo, o que é extremamente benéfico para a empresa.

Além disso, por diferentes razões — como evitar o desabastecimento do país ou a alta dos preços de determinados itens —, o governo federal tem programas de estímulo à importação. Para ilustrar, recentemente, o Ministério da Agricultura zerou a tarifa do arroz importado para estimular a sua entrada no país. Ainda, a Secex/ME eliminou a exigência de licenças de importação para 210 produtos.

Desvantagens da importação

No entanto, a importação também tem alguns pontos não tão favoráveis para quem importa. Por exemplo, para evitar problemas, antes de tudo, é indispensável ter um planejamento em relação à quantidade de mercadoria a ser adquirida, uma vez que uma falha nesse sentido pode gerar uma série de prejuízos para o comprador.

Além disso, há de se considerar que, caso a entrega da mercadoria importada atrase, pode ser que não exista mais a vantagem da redução de tempo em relação à produção. Igualmente, a distância, que pode gerar falta de confiança entre importador e empresa exportadora, acaba sendo também uma desvantagem para quem está importando, pois não será possível acompanhar tão de perto o envio.

Quais são as vantagens e desvantagens da exportação?

Quais são as vantagens da exportação? Na imagem, embarcação fazendo exportação.

Como já dissemos, ambas as modalidades, importação e exportação, têm prós e contras. Por essa razão, vários fatores devem ser avaliados antes de exportar. Vamos entender um pouco melhor?

Vantagens da exportação

De acordo com a Invest & Export Brasil, a atividade exportadora oferece muitas vantagens às empresas. A primeira delas é o aumento da produtividade proporcionado pela atividade, já que exportar implica ampliar a escala de produção. 

Consequentemente, exportar pode ser uma boa oportunidade para a organização pensar em tornar seus produtos mais competitivos em termos de custos e aumentar a sua margem de lucro. Ainda, abrindo portas no mercado externo, a corporação diminui a dependência das vendas internas, o que garante mais segurança em momentos de instabilidade em algum dos dois mercados.

Não podemos deixar de mencionar também que ser “empresa exportadora” é uma espécie de selo de referência, atribuindo valor à imagem da marca — o que gera reflexos positivos, tanto para os clientes quanto para os fornecedores.

Outro fator importante para análise é que a exportação possibilita a diminuição da carga tributária, já que a empresa pode compensar o recolhimento dos impostos internos via exportação.

Abaixo, confira um quadro com os produtos mais exportados pelo Brasil, em 2020:

1- SOJA
2- ÓLEOS BRUTOS DE PETRÓLEO OU DE MINERAIS BETUMINOSOS
3- MINÉRIO DE FERRO E SEUS CONCENTRADOS
4- ÓLEOS COMBUSTÍVEIS DE PETRÓLEO OU DE MINERAIS BETUMINOSOS
5- CARNE BOVINA FRESCA, REFRIGERADA OU CONGELADA
6- CELULOSE
7- CARNES DE AVES E SUAS MIUDEZAS COMESTÍVEIS, FRESCAS, REFRIGERADAS OU CONGELADAS
8- FARELOS DE SOJA E OUTROS ALIMENTOS PARA ANIMAIS (EXCLUÍDOS CEREAIS NÃO MOÍDOS), FARINHAS DE CARNES E OUTROS ANIMAIS
9- PRODUTOS PARA A INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO
10- AÇÚCARES E MELAÇOS
Produtos mais exportados pelo Brasil, em 2020. FONTE: Portal da Indústria.

Desvantagens da exportação

Embora existam mecanismos no Brasil para melhorar as condições para obtenção de recursos, sempre é uma preocupação o fato de que o tempo de retorno financeiro pode ser maior em uma venda para o mercado externo.

Ao exportar, é essencial considerar também que a organização necessita de uma equipe qualificada, em termos de conhecimentos linguísticos e culturais. Isso assegura a boa comunicação, o sucesso da transação e a satisfação do cliente. Caso contrário, a venda se torna algo arriscado e pode não ter os resultados desejados.

Ainda, podemos considerar uma desvantagem a possibilidade sempre existente de acontecimentos que dificultem ou atrasem as exportações, colocando a empresa em uma situação delicada. Estamos falando, por exemplo, de greves ou outras ocorrências que fujam do controle do exportador.

Como preparar a sua empresa e realizar o processo de importação?

Agora que conhecemos as vantagens e desvantagens de importação e exportação, é preciso entender como funcionam esses processos. Em primeiro lugar, verifique a situação legal da empresa, no caso de importar, será necessário realizar a habilitação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Por meio dessa ferramenta, o governo controla o comércio exterior brasileiro.

Assim, após habilitada, a organização interessada em realizar importação já pode começar a busca por fornecedores estrangeiros que atendam as suas necessidades. Estes deverão fornecer a cotação do item, conforme a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Por meio do NCM, é possível simular o tratamento tributário e administrativo das importações no Siscomex ou na Receita Federal. 

Caso o produto precise de Licença de Importação, você deve solicitá-la também por meio do site do Siscomex. Por fim, após o embarque do produto, o exportador envia os documentos, o que permite a liberação da mercadoria na alfândega brasileira. Entre eles: a fatura comercial, o certificado de origem, o conhecimento de embarque e o certificado fitossanitário.

Como é a preparação e quais leis você precisa conhecer para operar com exportação?

Agora, falaremos sobre a parte mais concreta da exportação. Aqui, assim como na importação, o primeiro passo para as empresas que desejam exportar é estarem habilitadas para operar no Siscomex. Isso pode ser feito via Dossiê Digital de Atendimento (DDA) ou pelo Portal Habilita.

De acordo com o Ministério da Economia, o exportador precisa, ainda, conhecer a legislação referente à atividade, como as normas de exportação presentes na Portaria SECEX nº 23, de 14/07/2011, que descreve o tratamento administrativo das importações e exportações.

Já a Portaria SECEX nº 14, de 22 de março de 2017, trata das operações de exportação processadas por meio da Declaração Única de Exportação (DU-E), assim como a Portaria Conjunta RFB / SECEX nº 349, de 21 de março de 2017.

Por fim, para saber sobre exportações realizadas por meio do Portal Único de Comércio Exterior do Siscomex, vale a acessar a Portaria SECEX nº 52, de 27 de dezembro de 2017. Já a Portaria SECEX nº 19, de 2 de julho de 2019 dispõe acerca da emissão de licença, autorizações, certificados e outros documentos públicos de exportação, portanto, também deve ser conhecida.

Como a exportação e a importação interferem na economia?

Alguns dados mais recentes demonstram que, em 2020, o Brasil conseguiu atingir a marca de US$ 158,923 bilhões nas importações. Enquanto isso, em se tratando das exportações, o número chegou a US$ 209,921 bilhões, ocupando a posição 25ª entre os exportadores mundiais de mercadorias e bens, de acordo com o Portal da Indústria.

A exportação e importação se tratam de maior abertura oferecida ao mercado, com a possibilidade de empresas incrementarem seu faturamento e melhorarem sua produtividade e rentabilidade. Tudo isso incentiva o aumento da qualidade dos produtos e, é claro, o crescimento da empresa, com a necessidade de mais mão de obra.

Importação e exportação: Conclusão

Como é possível notar, as atividades de importação e exportação envolvem diversos detalhes, ou seja, processos que demandam dedicação do empreendedor. Por outro lado, há de se considerar que importar e exportar podem ser atividades extremamente vantajosas para os negócios, sobretudo no setor de transporte.

Espero que este artigo tenha contribuído para você entender as diferenças entre importação e exportação e qual delas pode ser mais vantajosa para você.

Comente ali embaixo o que você achou. Até a próxima! 🙂

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